Com o está o álbum de sua vida?

Texto que entregamos  aos professores na recepção do início do ano letivo:

COMO ESTÁ O ÁLBUM DA SUA VIDA?

          Dias atrás, durante um curso que estava ministrando de Coaching para gestores, perguntei aos participantes logo no inicio qual era a expectativa deles em relação ao curso, até para fazer qualquer alinhamento que se fizesse necessário. Então, um senhor já maduro, de aproximadamente 50 anos, diretor de uma empresa, me disse: “Estou aqui para trocar figurinhas, pois quem não troca figurinha não completa álbum”. Achei o máximo, nunca tinha pensado desta forma e feito esta metáfora. Para mim, foi perfeita aquela forma de pensar, então gostaria de compartilhar um pouco com vocês sobre as analogias que fiz e estou aplicando na minha vida.

          Primeiramente vai a pergunta: o que precisa ser feito para completarmos um álbum de figurinhas? Naturalmente, vem a resposta, comprar, comprar e comprar figurinhas e trocarmos as repetidas. Pode até existir outros caminhos, como  mandar uma carta para a editora, comprar as que faltam pela internet, etc, mas sinceramente acredito que esta forma de trocar seja a mais natural e utilizada.

          Meu filho, na época com uns 7 anos, estava colecionando algum álbum, que para ser sincero não me lembro qual era,  e ele falou: “Pai, me leva no posto no domingo de  manhã para eu trocar figurinha?”. Eu  nunca tinha ouvido falar que as pessoas iriam em tal posto para trocar figurinhas, mas quando chegamos lá, me deparei com uma quantidade absurda de crianças, e seus respectivos pais, trocando figurinhas. Então percebi aquela interação, as crianças pareciam estar em “êxtase” quando conseguiam a figurinha que faltava para completar o álbum, ou mesmo para completar uma página. O que me caiu a ficha é que completar o álbum é uma alegria que dura pouco, pois a interação “do domingo”, teoricamente, deixa de existir.    

          Fazendo analogia com a nossa Vida, podemos considerar que ela ( a vida) é  um grande álbum de figurinhas, onde cada encontro, cada situação, cada pessoa nova ou não, que passa por ela, nos oferece, caso estejamos abertos para isso, uma nova figurinha para ser colada neste álbum. E o interessante é que também temos alguma figurinha para contribuir com essa pessoa que estamos interagindo, ou seja, existe uma via de mão dupla.

          E geralmente queremos e gostamos de estar perto de pessoas que pensam exatamente como nós, e que não nos incomode ou gere conflito. Certo? Mas a pergunta é: esta pessoa que pensa como nós tem uma figurinha igual a nossa ( repetida ) ou diferente? É duro reconhecer, mas o que pensa diferente da gente  é aquele que, na maioria da vezes, tem a figurinha que está faltando no nosso álbum.

          O problema é que muitas vezes na correria do dia a dia não conseguimos ver que estamos precisando de tal figurinha e nos fechamos no nosso casulo, fazendo que sempre exista a sensação de falta.

         Como a vida é um álbum que não iremos completar jamais, ou seja, sempre tem algo novo para ser acrescentado, vamos nos abrir  e aprender com o outro. Você vai ver, será divertido essa “interação do domingo de manhã”.

Fonte:Christian Vieira, Revista Vitti, outubro de 2013

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Com carinho,

Janeiro de 2014